As diferenças sempre existiram e continuarão existindo das maneiras mais diversificadas possíveis. Aparência, cor, raça, perfil comportamental, opção sexual, religião, grau de instrução, condiçãofinanceira, entre outros podem ser relacionados. No entanto, para conquistarmos uma sociedade mais humanizada é imprescindível o respeito ao diferente. Um marco importante para essa conquista ocorreuhá 22 anos, com a exclusão da homossexualidade como doença mental pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A data ficou definida como Dia Internacional de Combate à Homofobia, comemorado em 17 demaio.
Uma pessoa pode até não concordar com a homossexualidade, mas a partir do momento em que um ser humano é discriminado por sua opção sexual, surge então o ato homofóbico. “Atribui-se a ele atitudes dedesrespeito, desqualificação, violência em relação a indivíduos de orientação sexual homoafetiva e/ou com identidade de gênero diferente da identidade biológica”, explica a psicóloga Celia Mazza deSouza, coordenadora técnica de Políticas Públicas do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) . A homofobia pode também ocorrer de forma velada como, por exemplo, na seleção de candidatos aemprego, locação de imóvel ou na escolha de um profissional autônomo como médico, dentista, professor e advogado.
Múltiplos são os fatores que podem tornar uma pessoa homofóbica, entre eles pode-se citar um processo educativo que não foque o respeito às diferenças individuais e à cultura heteronormativa, nasquais a maioria heterossexual é considerada normal e o que foge desta regra deve ser excluído. “Outro ponto que colabora para atitudes homofóbicas é a impunidade e a falta de legislação quecriminalize as atitudes violentas contra a população LGBT”, pontua Celia.
As conquistas legislativas no campo dos direitos sexuais acompanham as notáveis transformações socioculturais que aconteceram nos últimos 50 anos. No Brasil, os direitos sexuais ainda estão em grandeparte restritos ao campo da reprodução, o que acaba por retardar o reconhecimento dos direitos relativos à diversidade de orientações sexuais e às identidades de gênero.
A psicóloga Vera Regina Miranda, conselheira do CRP-PR, professora universitária e também escritora, defende que o processo da aceitação das diferenças começa na família, em um lar onde é aceito odiferente. “Nos mínimos comentários podemos constatar duas situações: aquelas em que os pais veem as pessoas diferentes como inferiores ou ameaça, ou aquelas em que eles encaram as diferenças comrespeito”, ressalta Vera.
Uma educação para a aceitação das diferenças é aquela na qual a família age pautando os seus comportamentos que visam o bem, a paz, o respeito, o amor e a justiça. “Quando estes são vivenciados,dificilmente há espaço para atos violentos e discriminatórios de qualquer tipo”, finaliza Vera.
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